Quando eu estava na escola sempre me vi como alguém que não gostava de estudar. Cumpri minhas obrigações, mas nunca consegui aproveitar de fato. Depois do período escolar eu descobri essa liberdade de seguir meus próprios interesses, meu ritmo e a minha forma preferida de aprender e foi muito revelador. Nunca soube colocar isso em palavras, mas vou roubar esse seu conceito de pesquisa como hobby criativo para nomear essa minha paixão por aprender. Parabéns pelo texto!
Lendo e lembrando do "pedido de socorro" da minha filha enquanto fazia sua primeira pesquisa escolar (fatos e curiosidades sobre a Bolívia): "mãe, tem muita coisa interessante aqui, eu leio sobre uma e já quero pesquisar mais outra, não consigo parar!" 😄😍
Ler isso caiu como luva. Sabe quando vc está num determinado momento que as ideias estão soltas como bolinhas brilhantes ao seu redor e vem alguém e empacota para você numa caixinha e fica bem brilhante? (ok, talvez uma metáfora específica demais)
Faz tempo que eu vinha tentando entender porque algumas coisas 'perderam o brilho'. E a verdade é que muito de escrever vem de certa empolgação por uma novidade, uma descoberta ou uma indignação recém nascida. Nada disso vem se não houver uma atitude de alimentação à curiosidade — coisa que vem sendo limitada, estamos sendo literalmente treinados por gamificação em redes sociais para querer consumir o mesmo de sempre, no mesmo modelo de sempre e nos mesmos lugares.
Inclusive, um dos exercícios que comecei a fazer para 'reaquecer' os motores criativos tem sido consumir conteudos como o seu aqui no Substack, justamente porque aqui se cruzam assuntos inimagináveis e dá para perceber essa partilha e empolgação (por exemplo) em seus próprios insights. Quase tudo que leio fora do substack é completamente adaptado para consumo express, estruturado para mecanismos de pesquisa ou para quem não gosta de ler e quer dados rápidos. Sinto que corri numa roda de hamster, corri e corri, e não saí do lugar.
Luri, eu posso ser meio tapado e distraido as vezes. Eu não sei bem onde olhar para achar o link do telegram ou do repositório. Me dá um help?
Hey, Fernando, primeiramente, obrigado pelo comentário. Adoro quando alguém adiciona tanto numa discussão. Foi o que me inspirou a escrever esse texto. <3
E quando aos links, vou enviar um e-mail para os apoiadores. Mas agora, vou te mandar no chat do Substack, tá bom?
adorei o texto, sempre me considerei uma curiosa nata, de conhecer, saber mais de assuntos singelos, complexos, fáceis de procurar ou não… a curiosidade me move e também sabemos que “mata gatos” hahaha… muito legal a forma como vc aborda este tema das diferentes pesquisas. e as mudanças que ocorreram, hoje basicamente acontece intermediada por um pequeno aparelho, entre nossos dedos. e, confesso, uma nostalgia, ir até um lugar físico pra pesquisar, virar páginas, fazer anotações em cadernos…
Venho me questionando muito sobre minha área de formação - os motivos são variados. Ler esse conceito da pesquisa como hobby ressoou em mim como uma retomada da curiosidade que tinha desde jovem, e que deixei engavetada quando decidi me formar em biomedicina. Estava tão preocupado em ter uma formação bem-vista pelos meus colegas e familiares, que esqueci que para muitos, comer não vem com o objetivo de gerar energia para as funções biológicas. Que a curiosidade me permita afrouxar algumas correntes.
Ótimo post! Tenho investido na escrita e essa parte da pesquisa é um lazer mesmo. Só tenho alguns receios às vezes de enviesar muito sobre o que quero discorrer. Às vezes penso que preciso praticar a pesquisa como lazer, mas identificar um limite do quanto ela vai influenciar a ideia ou o caminho do livro.
Deixa eu ver se consigo te explicar melhor, Luri. Acho ruim que ela influencie em determinadas situações, mas sei que depende de mim.
Se eu me ativer somente à um único ponto de vista na pesquisa, há um grande perigo de deixar minha história muito enviesada, de deixar passar pontos importantes, outros olhares. Por outro lado, se eu quiser abranger todos [ou vários] pontos, me vejo um libriano indeciso no meio de uma loja de doces.
Como as ideias chegam pra mim numa estrutura e eu sou controlador kk, busco manter aquele caminho criativo.
Olha, já tive medo sobre isso. Não sei se é o mesmo, mas comigo eu tinha (tipo) um receio de me perder na linha tênue entre a abstração/imaginação (que é essencial para trabalhar autenticidade no conteúdo) e a realidade de como as coisas são (que é o conteúdo que a pesquisa fornece) ou como estão sendo debatidos no momento (estilos comuns ou um recorte temporal que costuma 'podar' a imaginação tbm).
Demorei um tempo para conseguir trabalhar com as duas coisas fluidamente. Em decidir: 'olha, essa é a verdade, mas eu não quero distrair quem lê com isso, então vou omitir esta parte ou dar mera nota" ou 'todo mundo fala disso assim, mas eu vou falar de outro jeito porque... simplesmente quero' (ou pq é necessário) - tomando a responsabilidade dessa omissão sem medo, ou compensando lá na frente em outra parte do material.
Quando eu estava na escola sempre me vi como alguém que não gostava de estudar. Cumpri minhas obrigações, mas nunca consegui aproveitar de fato. Depois do período escolar eu descobri essa liberdade de seguir meus próprios interesses, meu ritmo e a minha forma preferida de aprender e foi muito revelador. Nunca soube colocar isso em palavras, mas vou roubar esse seu conceito de pesquisa como hobby criativo para nomear essa minha paixão por aprender. Parabéns pelo texto!
Dar nomes às coisas é incrível, né? Fico feliz que ressoou por aí, Aline. :)
Lendo e lembrando do "pedido de socorro" da minha filha enquanto fazia sua primeira pesquisa escolar (fatos e curiosidades sobre a Bolívia): "mãe, tem muita coisa interessante aqui, eu leio sobre uma e já quero pesquisar mais outra, não consigo parar!" 😄😍
Gente, que criança maravilhosa hahaha
Ler isso caiu como luva. Sabe quando vc está num determinado momento que as ideias estão soltas como bolinhas brilhantes ao seu redor e vem alguém e empacota para você numa caixinha e fica bem brilhante? (ok, talvez uma metáfora específica demais)
Faz tempo que eu vinha tentando entender porque algumas coisas 'perderam o brilho'. E a verdade é que muito de escrever vem de certa empolgação por uma novidade, uma descoberta ou uma indignação recém nascida. Nada disso vem se não houver uma atitude de alimentação à curiosidade — coisa que vem sendo limitada, estamos sendo literalmente treinados por gamificação em redes sociais para querer consumir o mesmo de sempre, no mesmo modelo de sempre e nos mesmos lugares.
Inclusive, um dos exercícios que comecei a fazer para 'reaquecer' os motores criativos tem sido consumir conteudos como o seu aqui no Substack, justamente porque aqui se cruzam assuntos inimagináveis e dá para perceber essa partilha e empolgação (por exemplo) em seus próprios insights. Quase tudo que leio fora do substack é completamente adaptado para consumo express, estruturado para mecanismos de pesquisa ou para quem não gosta de ler e quer dados rápidos. Sinto que corri numa roda de hamster, corri e corri, e não saí do lugar.
Luri, eu posso ser meio tapado e distraido as vezes. Eu não sei bem onde olhar para achar o link do telegram ou do repositório. Me dá um help?
Hey, Fernando, primeiramente, obrigado pelo comentário. Adoro quando alguém adiciona tanto numa discussão. Foi o que me inspirou a escrever esse texto. <3
E quando aos links, vou enviar um e-mail para os apoiadores. Mas agora, vou te mandar no chat do Substack, tá bom?
adorei o texto, sempre me considerei uma curiosa nata, de conhecer, saber mais de assuntos singelos, complexos, fáceis de procurar ou não… a curiosidade me move e também sabemos que “mata gatos” hahaha… muito legal a forma como vc aborda este tema das diferentes pesquisas. e as mudanças que ocorreram, hoje basicamente acontece intermediada por um pequeno aparelho, entre nossos dedos. e, confesso, uma nostalgia, ir até um lugar físico pra pesquisar, virar páginas, fazer anotações em cadernos…
vida longa aos “pesquisadoras/es” do cotidiano!
Hoje em dia, só quero uma desculpa pra ir a algum lugar físico. Saudades desse ambiente de biblioteca. 📚
o melhor da pesquisa por hobby é o grau de liberdade que ela possibilita!
Achei uma excelente forma de monetizar a newsletter! Vou assinar!
Do repositório! 🤓
Ahhh, que legal saber!
Oi, Roberta… de qual parte você tá falando? Do repositório ou das notas de escrita?
Ver esse olhar mais afetivo sobre o aprendizado, longe da obrigação e mais perto da curiosidade, me lembra por que comecei tantos projetos paralelos.
Venho me questionando muito sobre minha área de formação - os motivos são variados. Ler esse conceito da pesquisa como hobby ressoou em mim como uma retomada da curiosidade que tinha desde jovem, e que deixei engavetada quando decidi me formar em biomedicina. Estava tão preocupado em ter uma formação bem-vista pelos meus colegas e familiares, que esqueci que para muitos, comer não vem com o objetivo de gerar energia para as funções biológicas. Que a curiosidade me permita afrouxar algumas correntes.
Gostei muito da ideia da pesquisa por hobby, era um pensamento que sempre tive mas nunca parei para pensar em retomar isso como hobby.
Ótimo post! Tenho investido na escrita e essa parte da pesquisa é um lazer mesmo. Só tenho alguns receios às vezes de enviesar muito sobre o que quero discorrer. Às vezes penso que preciso praticar a pesquisa como lazer, mas identificar um limite do quanto ela vai influenciar a ideia ou o caminho do livro.
Kayo, eu só não entendi uma coisa… você acha ruim que a pesquisa influencie o seu livro? Por que disso?
Deixa eu ver se consigo te explicar melhor, Luri. Acho ruim que ela influencie em determinadas situações, mas sei que depende de mim.
Se eu me ativer somente à um único ponto de vista na pesquisa, há um grande perigo de deixar minha história muito enviesada, de deixar passar pontos importantes, outros olhares. Por outro lado, se eu quiser abranger todos [ou vários] pontos, me vejo um libriano indeciso no meio de uma loja de doces.
Como as ideias chegam pra mim numa estrutura e eu sou controlador kk, busco manter aquele caminho criativo.
Acho que entendi. :)
Olha, já tive medo sobre isso. Não sei se é o mesmo, mas comigo eu tinha (tipo) um receio de me perder na linha tênue entre a abstração/imaginação (que é essencial para trabalhar autenticidade no conteúdo) e a realidade de como as coisas são (que é o conteúdo que a pesquisa fornece) ou como estão sendo debatidos no momento (estilos comuns ou um recorte temporal que costuma 'podar' a imaginação tbm).
Demorei um tempo para conseguir trabalhar com as duas coisas fluidamente. Em decidir: 'olha, essa é a verdade, mas eu não quero distrair quem lê com isso, então vou omitir esta parte ou dar mera nota" ou 'todo mundo fala disso assim, mas eu vou falar de outro jeito porque... simplesmente quero' (ou pq é necessário) - tomando a responsabilidade dessa omissão sem medo, ou compensando lá na frente em outra parte do material.
É esse o sentimento, Fernando! Essa possibilidade da história mudar completamente me dá um receio, preciso caminhar pra essa segurança.